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O que é o“risco sacado” problema contábil que ocasionou o rombo nas Americanas


Um das empresas gigantes do varejo do país, as Americanas podem ter registrado em seus balanços erros que somam R$ 20 bilhões nos últimos anos, mas ainda não está claro qual o impacto disso no caixa da empresa.


Isso é mais do que os cerca de R$ 15,7 bilhões que a firma valia em 30 de setembro de 2022, quando foi fechado o último balanço.


As Americanas vinham registrando as operações de risco sacado (uma operação em que bancos antecipam o pagamento dos fornecedores das Americanas, mediante deságio) na conta de fornecedores e não contabilizavam como dívida da empresa.


O risco sacado consiste, basicamente, na antecipação por parte dos fornecedores de títulos ou notas fiscais a receber de seus clientes, onde a fonte financiadora antecipa o valor a pagar para o fornecedor na data de solicitação e recebe posteriormente do cliente na data de vencimento, daí o nome “risco sacado”.


Em suma, o fornecedor se utiliza da confiabilidade do seu cliente (comprador) com o banco ou fundo.

Além disso, o comprador pode colocar o caixa da sua própria empresa disponível para financiar as operações de antecipação de recebíveis.


Quando a Americanas faz a compra dos fornecedores, geralmente coloca um prazo bastante dilatado para o pagamento, muitas vezes chega até 180 dias. Como ela compra em grandes volumes, os fornecedores aceitam vender o produto e receber neste prazo. Mas, dentro de uma semana após a venda ser feita, o intermediário financeiro entra em contato com o vendedor e se oferece para adiantar o montante.


Como os fornecedores podem ter prazos mais apertados, eles aceitam a operação, e aí a dívida passa a ser com o intermediário financeiro. O que aconteceu foi que em vez de a Americanas lançar em seu balanço como ‘dívidas ao banco’, ela permaneceu lançando como ‘dívida ao fornecedor’, e isso impacta em uma gestão de balanço diferente, principalmente sobre os juros.


Ao não fazer o lançamento como dívida a bancos, as Americanas alteram artificialmente as métricas de alavancagem financeira, que são base dos covenants (condições acordadas) contratuais com os bancos.

Agora, o risco é de um conjunto de bancos cortarem o crédito das Americanas e exigirem pagamento de outras obrigações, contaminando todo o setor de varejo.


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Francisco Gomes

CEO - Fairfield BR

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