
A Allianz Trade melhorou a análise de risco país de 48 economias em 2024, mais do dobro das avaliações registadas em 2023. Apesar desta melhoria de outlook, a seguradora de crédito alerta que o risco país “continua altamente exposto às tensões geopolíticas e financeiras previstas para os próximos meses” e uma guerra comercial generalizada poderá travar o crescimento e fazer regressar as pressões inflacionistas.
“Embora as perspetivas economicas mundiais tenham melhorado, graças à desaceleração da inflação, recuperação dos fluxos de crédito e à melhoria das condições de liquidez, muitos países com baixos rendimentos continuam a apresentar condições de negócio menos favoráveis, enquanto as economias com elevados rendimentos enfrentam uma incerteza política prolongada“, avisa Aylin Somersan Coqui, CEO da Allianz Trade.
O responsável destaca ainda que “dois terços das atualizações do Country Risk Atlas que fizemos no ano passado se baseavam em indicadores de curto prazo, o que indica que estas melhorias são cíclicas e potencialmente reversíveis”.
Perante este cenário, diz Aylin Somersan Coqui, “as empresas devem estar atentas às suas estratégias de crescimento no contexto das tensões geopolíticas e da crescente onda de protecionismo. É provável que as cadeias de abastecimento se tornem ainda mais complexas, o que torna ainda mais importante monitorizar o risco de cada país”.
O Country Risk Atlas, o segundo relatório publicado pela Allianz Trade, onde a seguradora explora o risco país, revelou uma “melhoria significativa” face a 2023, Em 2024, 48 países foram alvo de um upgrade e apenas cinco países registaram uma descida de avaliação.
Mas “a tendência positiva poderá facilmente inverter-se em 2025-2026, com as tensões geoeconomicas pesando na confiança das empresas e no mercado“. O relatório destaca que estas tensões “poderão ser exacerbadas por uma nova materialização de riscos de abrandamento”.
“Uma guerra comercial generalizada é a grande preocupação: a perda de atividade economica resultante e o regresso das pressões inflacionistas prejudicariam provavelmente a confiança dos investidores, mantendo-os num modo de ‘esperar para ver’ prolongado”, aponta Ana Boata, Diretora de Estudos Economicos da Allianz Trade.
Ana Boata nota ainda que, “ao mesmo tempo, a crescente polarização, já evidente em muitos países, impõe custos economicos significativos, enquanto intensifica as divisões sociais. A frequência e a gravidade da agitação civil também poderão aumentar, impulsionadas por fatores como a inflação, ajustes orçamentais e o atraso no crescimento da produtividade.
Tal como já era antecipado, o presidente norte-americano aprovou a implementação de novas tarifas sobre as importações do Canadá, México, China e recentemente Brasil, gerando impacto sobre os bens que são exportados para os EUA, sucitanto grande preocupação com as regiões alvo de tarifas preparando-se também para retaliar.
