Fundos de ações têm rentabilidade média de até 24% no ano e multimercados sobem até 23,5%, de acordo com Anbima; renda fixa perde espaço
Fundos de ações e multimercados estão entre os que mais renderam até aqui em 2019, de acordo com balanço divulgado nesta sexta-feria (4) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Com a queda nos juros, as duas classes, que investem parte ou a totalidade de sua carteira em renda variável, estão também enter as que mais receberam investimentos novos no período, e sua participação dentro da indústria de fundos está crescendo.
Considerados os investimentos dentro do Brasil, os fundos de ações do tipo índice ativo, que buscam ultrapassar o rendimento de um determinado índice, como o Ibovespa, estão entre os destaques do período, com alta de 24,1% no acumulado de janeiro a setembro.
Fundos de ações com investimento no exterior, voltados em geral para investidores de alta renda, acumulam alta de 28,6%, e os fundos multimercados do tipo long short direcional vêm na sequência, com alta de 23,5%.
Nos mesmos meses, o Ibovespa subiu 19,2% e o CDI, referência dos rendimentos de renda fixa, acumulou 4,7%. O IMA-Geral, índice da própria Ambina que capta a rentabilidade média total dos fundos de investimento no país, acumula evolução de 10,7% entre janeiro e setembro.
Na renda fixa, o destaque ficou por conta dos fundos que investem majoritariamente em títulos públicos de longo prazo. Entre janeiro e setembro, esse grupo acumula rentabilidade média de 15,1%. Na outra ponta, os fundos que investem em ativos de renda fixa de baixa duração com grau de investimento acumulam alta de 4,6% no mesmo período.
A queda nos juros básicos no país, a Selic, que vem sendo gradativamente reduzida desde 2016, começa também a aparecer na distribuição dos ativos, com uma migração acontecendo lentamente dos fundos de renda fixa para aqueles de maior risco.
Os fundos de multimercado foram os que lideraram as captações no período de janeiro a setembro, de acordo a Anbima, com uma entrada líquida em novos investimentos de 56 bilhões de reais.
São seguidos pelos fundos de direitos creditórios (FIDCs), com captação líquida de 48,4 bilhões, e pelos fundos de ações (47,7 bilhões de reais). Os fundos de renda fixa tiveram entrada de 13,1 bilhões de reais nesses meses.
A captação líquida total da indústria de fundos no período foi de 205,7 bilhões de reais, alta de 180% sobre o valor captado nos mesmos meses do ano passado (73,5 bilhões de reais).
“Algumas classes, como os fundos de ações, ainda vêm de uma base de participação muito baixa, mas estão tendo crescimentos importantes”, disse o vice-presidente da Anbima, Carlos André.
Em setembro de 2019, o total aplicado em fundos de renda fixa ainda respondia pela maior parte – 41,5% – do patrimônio líquido global dos fundos de investimento no país, um total de 5,3 trilhões de reais, de acordo com a Anbima. Essa participação, entretanto, vem caindo: era de 44% em dezembro do ano passado e chegou a 48% em dezembro de 2016.
Por outro lado, os fundos de ações, que tinham 4,3% do bolo em 2016, chegaram a 7,8% em setembro deste ano, enquanto so multimercados saíram de 19,3% para 21,6% no mesmo período.