
No atual cenário, a inflação é um fenômeno comum, ao qual todos os países são vulneráveis e do qual nenhum está livre. Não existe sistema que contenha em sua estrutura e processos de funcionamento qualquer componente capaz de torná-lo imune à inflação, no sentido de aumento generalizado e contínuo dos preços
Toda vez que você vai ao mercado e nota a diferença nos preços dos alimentos, ou percebe os valores mais altos na hora de abastecer o carro, e observa alterações na conta de energia elétrica, há um ponto em comum: a inflação.
A palavra já é velha conhecida dos brasileiros, mas você sabe os conceitos básicos que estão por trás dela? Confira a seguir:
1- O que é inflação?
De acordo com o Banco Central, a inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica em diminuição do poder de compra da moeda.
Por exemplo, vamos imaginar que você queira comprar um relógio de presente de aniversário para sua esposa e comece a guardar dinheiro, com base no valor atual, para fazer isso daqui a seis meses.
O seu capital, ainda que represente a mesma quantia, pode não ser suficiente para comprar o relógio na data desejada. Ou seja, o dinheiro passa a valer menos em um determinado período e há uma redução do seu poder de compra.
2- Como a inflação é medida?
A inflação é medida pelos índices de preços. O índice oficial de inflação do Brasil é o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desde 1995.
O IPCA é calculado com base em uma cesta de produtos separados em categorias como alimentação, transporte, vestuário, entre outras.
O índice tem por objetivo medir a inflação deum conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos.
Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas do país. Os dados são coletados e divulgados mensalmente.
3- Quais são os itens que impactam mais no cálculo da inflação?
Os preços dos alimentos e transportes(incluindo combustíveis) são os itens que mais impactam no comportamento dos índices de preços, por serem itens essenciais e, portanto, possuem um peso maior na composição dos índices de inflação.
4- O que causa a inflação?
Existem três causas que podem estar associadas ao crescimento da inflação:
- Descompasso entre a oferta e a procura
Quando a procura é muito maior do que a oferta de um determinado produto, o seu preço aumenta; quando é muito menor, seu preço diminui.
Assim, quando a população possui uma maior renda ou mais crédito para comprar, há um aumento súbito da procura que geralmente não é acompanhado pela oferta, o que eleva os preços e intensifica a inflação.
- Aumento dos lucros privados
Quando uma empresa consegue o monopólio ou um amplo controle de um produto ou setor do comércio, ela passa a controlar a variação de preços nesse setor. Assim, como o objetivo principal do sistema capitalista é o lucro individual, os empresários dessa instituição vão procurar aumentar ao máximo os preços, haja vista que não há concorrência para forçar uma queda.
- Aumento rápido dos custos de produção
Quando as empresas sofrem com um rápido aumento no custo da produção de suas mercadorias, seja com aumento repentino de salários, excesso de dívidas e aumento intensivo de impostos, elas tendem a repassar esse custo ao consumidor. Assim, novamente os preços elevam-se e a inflação sobe.
Outro fator associado é o aumento dos gastos com matérias-primas. Se o preço delas eleva-se por algum motivo (escassez, controle dos fornecedores, alta do dólar ou razões políticas), o custo dos produtos tende a aumentar, puxando a inflação para cima.
5- Por que a inflação é importante para economia?
A inflação determina o poder de compra de uma população. “Manter a inflação baixa é fundamental para garantir estabilidade econômica. Quando há previsibilidade, as famílias e as empresas podem planejar melhor seus gastos e investimentos e a confiança na economia aumenta. Além disso, a inflação elevada gera incerteza na economia, desestimulando o investimento e prejudicando o crescimento econômico.
6- Quais são as principais formas de controlar a inflação?
Existem algumas formas do governo controlar a inflação, mas o principal instrumento de curto prazo é a política monetária, ou seja, a política de juros do Banco Central.
Esse é o instrumento mais rápido, mais utilizado e é o que o Banco Central tem feito desde que a inflação disparou ao longo da pandemia.
Ao aumentar os juros, o consumo é reduzido e consequentemente os preços deverão ser ajustados à nova demanda, que será menor. A consequência disso é uma redução nos preços.
Além dos juros, o controle das contas fiscais (via políticas públicas) é outro instrumento de controle inflacionário. E, por fim, a melhora do risco-país também pode ser uma forma de controle inflacionário, já que esse risco país impacta diretamente na taxa de câmbio, que é uma das vias de transmissão da inflação. Quanto menor o risco-país, menor a taxa de câmbio, menor a inflação.
7- Como a inflação global impacta no índice nacional?
A inflação global impacta o índice nacional via: expectativas ou aumento da inflação em outros países. Por exemplo, se a inflação dos Estados Unidos sobe, isso implica em aumento do dólar que, consequentemente, contribui para pressionar a inflação brasileira.
Os prognósticos de crescimento e inflação para a economia global têm piorado devido à guerra na Ucrânia, cujos efeitos se sobrepuseram aos da pandemia, dos quais os países vinham se recuperando.
O aumento e a persistência da inflação têm levado ao aperto da política monetária em diversos países. A escassez de oferta de alguns produtos devida à guerra adiciona pressão inflacionária. Destacam-se os mercados de commodities, que tiveram seus preços ainda mais elevados.
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Francisco Gomes CEO | Fairfield BR